Queda de cabelo é uma preocupação comum que afeta muitas pessoas em algum momento de suas vidas.

Compreender o ciclo capilar e os fatores que influenciam a saúde dos nossos fios é essencial para identificar quando a queda é um processo natural e quando indica um problema que necessita de atenção.

A queda de cabelo pode ser desencadeada por uma variedade de causas, desde alterações hormonais até estresse e doenças específicas.

Identificar a causa é o primeiro passo para encontrar o tratamento adequado e recuperar a confiança perdida com a queda dos fios.

Entenda o ciclo capilar

O ciclo capilar é um processo complexo, dividido em três fases distintas: anágena, catágena e telógena, que se repetem continuamente ao longo da vida.

Um entendimento profundo dessas fases é crucial para o diagnóstico e tratamento de distúrbios capilares.

Fase Anágena

A fase anágena é o período de crescimento ativo do cabelo, que pode durar de dois a sete anos.

Durante essa fase, os folículos capilares estão profundamente ancorados no couro cabeludo, e os fios crescem ativamente.

A saúde e a duração desta fase são influenciadas por fatores genéticos, nutricionais e de saúde geral, e é nesse estágio que tratamentos para estimular o crescimento do cabelo são mais eficazes.

Fase Catágena

A fase catágena é uma fase de transição curta, que dura cerca de duas a três semanas.

Nesta fase, o cabelo para de crescer, e o folículo se contrai. Menos de 1% do cabelo está nesta fase a qualquer momento, o que significa que é um período de repouso antes da fase de queda.

Fase Telógena

Finalmente, a fase telógena é o estágio de repouso, que dura aproximadamente três meses.

Durante este período, o cabelo não cresce, mas permanece ancorado no folículo até ser empurrado pelo crescimento de um novo fio na fase anágena subsequente.

A queda de cabelo natural ocorre nesta fase, quando o cabelo em repouso é substituído por um novo fio em crescimento.

Quando a queda de cabelo é natural

É importante reconhecer que a queda diária de cabelo faz parte do ciclo capilar natural e não deve ser motivo de alarme.

Tricologistas enfatizam que é normal perder entre 50 a 100 fios de cabelo por dia, um processo que ocorre devido à renovação natural dos fios.

Essa queda natural está ligada à fase telógena do ciclo capilar, onde os cabelos que completaram seu ciclo de vida são substituídos por novos fios.

Este processo é um indicativo de um couro cabeludo saudável e de um ciclo capilar funcionando adequadamente. A queda natural não é acompanhada de sinais visíveis de afinamento ou calvície, pois os fios perdidos são constantemente repostos.

A observação de fios soltos em escovas de cabelo ou no chuveiro é parte de um processo biológico normal. Contudo, é crucial monitorar a quantidade e a consistência dessa queda.

Se houver uma mudança significativa na quantidade de cabelo perdido ou se o cabelo não parecer estar sendo adequadamente reposto, pode ser um sinal de que algo mais sério está ocorrendo, e uma avaliação profissional se faz necessária.

Causas mais comuns da queda de cabelo

Diversos fatores podem contribuir para a queda de cabelo, desde condições médicas até hábitos de vida e influências genéticas.

Conhecer as causas mais comuns ajuda a identificar possíveis tratamentos e medidas preventivas.

Eflúvio Telógeno

O eflúvio telógeno é uma condição comum caracterizada por uma queda de cabelo temporária e difusa, resultante da transição prematura de um grande número de folículos capilares da fase anágena (crescimento) para a fase telógena (repouso) do ciclo capilar.

Essa alteração pode ser desencadeada por uma variedade de fatores, como estresse severo, doenças graves, alterações hormonais significativas, desnutrição ou eventos traumáticos.

Em casos de eflúvio telógeno, os pacientes podem observar uma queda de cabelo mais acentuada do que o normal, muitas vezes notada ao pentear ou lavar os cabelos.

Apesar disso, é importante ressaltar que esta condição é geralmente reversível. Com o tempo, e após a resolução da causa subjacente, os folículos capilares retornam gradualmente à fase anágena, iniciando o crescimento de novos fios.

O tratamento do eflúvio telógeno envolve, primordialmente, a identificação e a abordagem da causa subjacente. Em muitos casos, a melhora é notada dentro de alguns meses após a resolução do evento desencadeador.

No entanto, em situações onde a causa persiste ou é desconhecida, pode ser necessário um acompanhamento mais detalhado por um Tricologista para avaliar outras possíveis intervenções.

Alopécia Areata

A alopécia areata é uma condição autoimune na qual o sistema imunológico ataca por engano os folículos capilares, levando à perda de cabelo, geralmente em pequenas áreas arredondadas no couro cabeludo.

Essa condição pode afetar qualquer pessoa, independentemente de idade ou gênero, e a extensão da perda de cabelo pode variar significativamente de pessoa para pessoa.

Em alguns casos, a alopécia areata pode resultar em perda total de cabelo no couro cabeludo (alopécia total) ou, em situações mais extremas, perda de todo o pelo corporal (alopécia universal). Embora a causa exata permaneça desconhecida, acredita-se que fatores genéticos e ambientais possam contribuir para o desenvolvimento da doença.

O tratamento da alopécia areata foca em controlar a resposta autoimune e estimular o crescimento do cabelo. As opções terapêuticas podem incluir corticosteroides tópicos ou injetáveis, imunoterapia tópica, ou tratamentos mais avançados para casos severos. A resposta ao tratamento varia, e enquanto alguns pacientes experimentam a regeneração completa dos cabelos, outros podem ter recidivas da condição.

Alopécia Androgenética

A alopécia androgenética, também conhecida como calvície de padrão masculino ou feminino, é a forma mais comum de perda de cabelo tanto em homens quanto em mulheres. Esta condição é influenciada por fatores genéticos e pelo hormônio di-hidrotestosterona (DHT), que afeta os folículos capilares, levando ao afinamento progressivo dos cabelos.

Em homens, a alopécia androgenética geralmente começa com o recuo da linha do cabelo e pode progredir para a perda de cabelo na parte superior da cabeça. Em mulheres, a perda de cabelo tende a ser mais difusa, com um afinamento notável na parte superior do couro cabeludo, mantendo a linha frontal do cabelo intacta.

O tratamento para a alopécia androgenética pode incluir medicamentos como a finasterida, que inibe a produção de DHT, e o minoxidil, um tônico capilar que promove o crescimento do cabelo. Outras abordagens incluem terapias a laser, transplantes capilares e técnicas de micropigmentação do couro cabeludo, dependendo da severidade da condição e da resposta do paciente aos tratamentos convencionais.

Procedimentos Cirúrgicos

A perda de cabelo após procedimentos cirúrgicos é uma realidade para alguns pacientes, manifestando-se geralmente como um tipo de eflúvio telógeno. Este fenômeno pode ser desencadeado pelo estresse físico e emocional da cirurgia, alterações metabólicas, anestesia ou medicamentos utilizados no perioperatório.

Embora a queda de cabelo relacionada a cirurgias geralmente seja temporária, ela pode ser perturbadora. Os folículos capilares, em resposta ao estresse do corpo, podem entrar prematuramente na fase telógena, resultando em uma queda de cabelo mais acentuada algumas semanas ou meses após o procedimento.

Na maioria dos casos, o cabelo começa a crescer novamente à medida que o corpo se recupera, sem a necessidade de tratamento específico para a queda de cabelo.

No entanto, uma nutrição adequada, cuidados suaves com o cabelo e, em alguns casos, o uso de suplementos podem ajudar a acelerar o processo de recuperação.

Pacientes preocupados com a queda de cabelo após procedimentos cirúrgicos devem discutir suas opções com um dermatologista, que pode oferecer orientações e suporte durante a fase de recuperação.

Alterações hormonais

Alterações hormonais são uma causa significativa de queda de cabelo, afetando homens e mulheres em diversas fases da vida.

Essas mudanças podem ser desencadeadas por eventos como puberdade, gravidez, menopausa ou distúrbios da tireoide, bem como pelo uso de contraceptivos hormonais ou terapias de reposição hormonal.

Os hormônios, especialmente os andrógenos, desempenham um papel crucial na regulação do ciclo capilar. Desequilíbrios hormonais podem encurtar a fase anágena (crescimento) do cabelo ou aumentar a transição para a fase telógena (repouso), levando a uma queda de cabelo mais acentuada.

Em mulheres, isso pode ser mais evidente após o parto ou durante a menopausa, enquanto em homens, a sensibilidade dos folículos capilares ao DHT, um derivado da testosterona, pode acelerar a perda de cabelo.

Deficiências nutricionais

A saúde do cabelo está intrinsecamente ligada à nutrição adequada. Deficiências nutricionais podem desencadear a queda de cabelo, pois vitaminas, minerais e proteínas são essenciais para o crescimento e manutenção dos folículos capilares.

A falta de nutrientes como ferro, zinco, proteínas, vitaminas do complexo B, particularmente biotina, e ácidos graxos essenciais pode prejudicar o ciclo de crescimento do cabelo, levando a um aumento na queda.

Essas deficiências podem ser resultado de dietas desequilibradas, distúrbios alimentares, problemas de absorção intestinal ou condições de saúde específicas. O impacto no cabelo pode variar de um leve afinamento a uma perda significativa de cabelo em todo o couro cabeludo.

Para tratar a queda de cabelo associada a deficiências nutricionais, é crucial identificar e corrigir as carências específicas. Uma dieta balanceada, rica em nutrientes essenciais, e, em alguns casos, suplementação sob orientação médica, podem ajudar a restaurar a saúde capilar.

Um acompanhamento com um Tricologista e um nutricionista podem ser necessários para avaliar as necessidades individuais e recomendar o plano de tratamento mais adequado.

Doenças específicas

Condições como lupus, diabetes e anemia podem ter a queda de cabelo como um dos sintomas.

Tratamentos mais populares para queda de cabelo

A busca por soluções eficazes para a queda de cabelo levou ao desenvolvimento de diversos tratamentos, que variam conforme a causa e a gravidade da condição.

Estes tratamentos visam não apenas reduzir a queda de cabelo, mas também estimular o crescimento de novos fios, melhorar a saúde do couro cabeludo e aumentar a densidade capilar.

MMP (Microinfusão de Medicamentos na Pele)

O MMP, ou Microinfusão de Medicamentos na Pele, é uma técnica inovadora que envolve o uso de microagulhas para introduzir substâncias terapêuticas diretamente no couro cabeludo.

Essas substâncias podem incluir nutrientes, vitaminas, fármacos, entre outros, escolhidos de acordo com as necessidades específicas do paciente.

O procedimento estimula a regeneração celular e a circulação sanguínea, criando um ambiente favorável para o crescimento capilar.

Além de tratar a queda de cabelo, o MMP pode ser eficaz na melhoria da textura e na saúde geral do couro cabeludo.

Carboxiterapia

A carboxiterapia é um tratamento que utiliza injeções de dióxido de carbono (CO₂) no couro cabeludo para aumentar a circulação sanguínea e a disponibilidade de nutrientes para os folículos capilares.

A melhoria na oxigenação e nutrição do couro cabeludo pode reverter a miniaturização dos folículos e estimular o crescimento de novos fios.

Este método é especialmente recomendado para casos de queda de cabelo causada por má circulação ou envelhecimento do couro cabeludo.

Laser de baixa potência

O tratamento com laser de baixa potência, também conhecido como terapia a laser de baixo nível (LLLT), utiliza luzes de diodo específicas para estimular a atividade celular nos folículos capilares.

Essa técnica indolor promove a regeneração capilar, aumentando a densidade e a espessura dos fios.

O LLLT é adequado para diversos tipos de queda de cabelo, incluindo a alopécia androgenética, e pode ser utilizado como um tratamento complementar a outras terapias.

Terapia Capilar

A terapia capilar é um termo abrangente que inclui vários tratamentos tópicos e procedimentos destinados a limpar, nutrir e estimular o couro cabeludo.

Essas terapias podem incluir massagens capilares, máscaras de tratamento, peelings químicos suaves para remover células mortas e produtos especializados que contêm ingredientes ativos para tratar a queda de cabelo.

A terapia capilar visa restaurar o equilíbrio do couro cabeludo, fortalecer os fios existentes e promover o crescimento de novos cabelos.

Medicamentos via oral

Os medicamentos via oral, como a finasterida e a dutasterida, são comumente prescritos para tratar a alopécia androgenética, bloqueando a ação da enzima 5-alfa-redutase, responsável pela conversão da testosterona em di-hidrotestosterona (DHT).

O DHT é um andrógeno que pode encurtar a fase de crescimento do cabelo e contribuir para a miniaturização dos folículos capilares. Outros medicamentos orais, como suplementos vitamínicos e minerais, podem ser indicados para tratar deficiências nutricionais que estejam contribuindo para a queda de cabelo.

É fundamental que o tratamento para queda de cabelo seja orientado por um profissional de saúde, como um dermatologista ou tricologista, após um diagnóstico preciso da causa subjacente.

A escolha do tratamento mais adequado dependerá de uma avaliação individualizada, considerando as características específicas da queda de cabelo e as necessidades do paciente.

Dúvidas mais frequentes

O que fazer para para a queda de cabelo?

Identificar a causa é essencial. Dependendo do diagnóstico, tratamentos tópicos, alterações na dieta, medicamentos ou terapias especializadas podem ser recomendados.

Quando devemos nos preocupar com a queda de cabelo?

Se a queda for súbita, abundante ou acompanhada de outros sintomas, como dor ou coceira no couro cabeludo, é importante consultar um dermatologista.

Qual o melhor remédio para queda de cabelo?

O “melhor” remédio depende da causa subjacente da queda. Tratamentos variam desde suplementos nutricionais até medicamentos prescritos, cada um adequado a situações específicas.

Onde tratar a queda de cabelo em Belo Horizonte

Dra. Érika Freire é dermatologista, especialista titulada pela Sociedade Brasileira de Dermatologia e Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica com mais de 10 anos de experiência.

Formada pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e mestre em Saúde com ênfase em Rejuvenescimento, também possui aperfeiçoamento em Tricologia pela Tricomed SP.

Ao longo de sua carreira vem ampliando seus conhecimentos através de formações complementares e participação em eventos no Brasil e no exterior.

A clínica oferece um ambiente moderno e aconchegante, além de uma equipe de profissionais extremamente competentes.

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